slide show Fotos ale

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Alexandre Frota em entrevista fala da sua biografia que irá sair em outubro


A revista EGO fez mais uma grande entrevista ao Ator, diretor, apresentador e jogador de futebol americano Alexandre Frota.
Brevemente ele terá a sua biografia "Identidade Frota: A estrela e a escuridão", que vai ser lançada em outubro, quando ele completa 50 anos.
Confira na integra a entrevista: 
"Acho importante que saibam a verdadeira versão das coisas. De um cara que foi o tempo todo julgado, questionado, criticado, que teve e ainda tem que provar algo. Fui filho da puta com minha vida, mas a vida também foi muito filha da puta comigo", diz ele sobre o depoimento dado ao jornalista Pedro Henrique Peixoto e que vai ser lançado pela BB Editora.

Pelo livro, Frota já recebeu R$ 150 mil, mas promete doar 50% da renda obtida com a venda para o GRAACC - instituição que cuida de crianças com câncer - e os outros 50%, para uma instituição de ex-viciados em drogas.

Sobre a parte do encantador, quem afiança é o autor do livro, que também quer transformar a obra em documentário. "Trabalhar com o Frota foi muito tranquilo, o livro não é chapa branca. Ele não está preocupado em reabilitar sua imagem. Antes do trabalho, o via como uma fortaleza. Agora vi também suas fraquezas, contradições e angústias. É um ser humano procurando respostas e muito corajoso em se expor da forma que está no livro", diz Pedro Henrique. Para tirar a prova, o EGO foi conversar com Frota sobre a vida, o livro, arrependimentos e orgulhos. Confira!

Como surgiu a ideia de escrever o livro? 

Partiu de uma conversa com o Pedro Henrique Peixoto, que é diretor e roteirista de TV. Eu vinha amadurecendo a ideia há algum tempo, muitos amigos me incentivavam a fazer o livro. Minha história é muito forte, de superação, de dar a volta por cima. Querendo ou não, passei por muitas coisas na vida. O livro não é um guia, mas poderá alertar muito as famílias sobre o envolvimento com as drogas e que existe, sim, luz no fim do túnel.

Você vai completar 50 anos. Acha esse um bom tempo para fazer um balanço de vida com uma biografia ou acha que merece pela vida intensa que viveu?

Pela minha vida intensa. Eu não esperava estar aqui para contar essa história aos 50 anos. Estou fazendo este livro, pois acho importante que realmente saibam a verdadeira versão das coisas. De um cara que foi o tempo todo julgado, questionado, criticado, que teve e ainda tem todo dia que provar algo. É impressionante como a inveja, a traição e o sucesso caminharam juntos a minha vida inteira. Como minhas escolhas incomodaram. Fui filho da puta com minha vida, mas a vida também foi muito filha da puta comigo.


A biografia conta com depoimentos de amigos e familiares?

Sim... Tem Fernando Meirelles, Paulo Franco, que é presidente da Fox no Brasil, o arquiteto Léo Shehtman, Roberto Talma, que é diretor da TV Globo, e um monte de gente que já havia escrito sobre Alexandre. Boni me disse uma vez: “Frota, existem atores que são personalidades, e personalidades que são atores. Você se encaixa na segunda opção. Sua personalidade é maior, por isso muitas vezes você se vê em conflito artístico dentro de você mesmo.”

Claudia Raia falou para o livro? Como ela contextualiza a história de vocês?

Claudia tem uma importância ímpar na minha vida. Foi um grande amor, é uma grande mulher, divertida, inteligente. Vivemos uma grande história de amor com todos os ingredientes para um roteiro. Sobrevivemos a tudo numa época difícil. Claudia até hoje tem uma coisa muito forte comigo. Só eu e ela sabemos. No fundo nossos olhos ainda riem de tudo. Ela disse há pouco que ficou comigo porque o Jô (Soares) a orientou na época que ela ficasse com um homem forte, atlético, e ela ficou comigo (risos). Achei que tinha sido minha lábia, meu talento de sedutor na época, que a teria conquistado, pois quando começamos a ficar, ela ainda estava enrolada com o Jô, que eu adoro e que riu quando leu na “Folha” que eu tinha roubado a Claudia dele . Porra, fazer o Jô rir? Eu me senti orgulhoso! Foi muito estranho quando comecei a namorar a Claudia. Eu era um jovem ator promissor despontando na Globo. Entre uma novela e outra, Daniel Filho, na época, o então todo-poderoso e temido diretor artístico, me escalou para ficar no elenco do programa “Viva o Gordo”. Antes da reunião, peguei sem ninguém ver o roteiro de gravação, e vi que eu estava escalado para o quadro do Claquetista, onde o protagonista era o Jô. Aí estavam escalados curiosamente para esta cena eu e a Claudia. A cena era assim: galã não consegue beijar direito a estrela (Claudia) e diretor se irrita com galã. O claquetista Jô se metia no meio e ensinava o galã a beijar a estrela. Bom, o resto conto no livro (risos).

Como você vê a história de vocês? Acha que poderia dar certo com a cabeça que tem hoje?

Hoje só me preocupo com meu casamento com a Fabi. O passado está no livro.

No livro, você também conta que teve um envolvimento com Marília Gabriela. Como foi isso?

Marília é minha amiga. Divertida, inteligente, gosto muito dela. Sempre que nos encontramos, conversamos e rimos muito. Ficamos juntos uma vez só. Jantamos no Quatrinno e, gentilmente, ela me convidou para tomar vinho na casa dela. Fui e nós trocamos muitas ideias nessa noite. Amei. Tenho muito respeito por ela. Contei a história no livro porque ela é uma das mulheres importantes da minha vida.

Qual fase de sua vida considera mais difícil? Como ela é retratada no livro?

Tudo que é retratado no livro é real, verdadeiro. Eu tive muitas fases difíceis na vida, mas sempre fui forte. Eu soube me adaptar às situações .

A apresentação menciona um encontro com a morte. Como foi isso?

Foi uma incrível experiência passada dentro de uma ambulância e em 12 dias de UTI. A morte não dói, é serena, ela vem e te leva. Te leva para outro lugar muito especial. Olhei para o teto da UTI e vi nos espelhos de iluminação a minha cara. Ela era de morte, mas suave, sem dor. Pedi a Deus que não me levasse triste. Muitos não acreditam, mas realmente Deus existe e controla tudo.

Como é assumir publicamente seu envolvimento com drogas?Algum depoimento foi doloroso de ler?

Talvez o da minha mãe. Não quis ler ainda.

Muito tranquilo, honesto comigo, com o público e com meus fãs. É uma experiência deprimente, degradante, onde você perde a noção de tudo. Grita em silêncio: por favor, me ajudem! A escuridão te cerca. É uma mistura de agonia, decadência, ilusão. É difícil ter que olhar para dentro de você. Falo sobre isso abertamente no livro, sem querer dar aula ou ser exemplo.
Foi viciado em quê?

Usei cocaína por 13 anos. Para mim, ao contrário dos outros homens, era a droga do sexo. Fazia muito sexo com cocaína. Mas nesses 13 anos parei diversas vezes: um ano, seis meses, três meses, uma semana. Prometia que ia parar, mas abortava a situação. Gostava de ficar trancado em hotel, ou em casa, sempre junto com uma mulher. Sempre. De 2003 a 2006 foi a vez da droga do amor: a bala ou ecstasy. Também fumei maconha até 18 anos, mas não gostava muito do bode que dá. Nunca usei heroína. Fui um usuário controlado, mas sem vergonha. Sabia que estava me matando.

Você costuma ser visto como polêmico, de fazer as coisas para chocar, aparecer. Esse livro seria mais uma movimentação nesse sentido?

Se você olhar como foi minha vida, não me julgaria agora (risos).  Você vai ver que tive, sim, que aparecer na marra. Tive que lutar, criar, ficar vivo, buscar meu lugar ao sol. A polêmica me acompanhou porque sou autêntico e isso incomoda. Não fiz acordos, não fiz politicagem, falei o que quis, como quis. Vivi como eu quis. Fui apunhalado sempre pelas costas, nunca pela frente. Sobre chocar, as coisas que fiz chocaram porque me entreguei. Estava por inteiro. Aí choca. Não é uma movimentação, é um registro de vida, um relato real.

Sua biografia serve de pedido de desculpas para alguém?

Não serve para se desculpar. Afinal, o que está feito está feito! É uma biografia merecida para que se possa entender o Alexandre. Assim como aqueles que vivem ao meu lado me entendem. É para saber como tudo aconteceu.

Do que se arrepende?

Não me arrependo de nada. Vivi bem pra caralho! Com todas as idas e vindas. Conheci o mundo, saí com todas as mulheres que eu quis, jantei em grandes restaurantes ao redor do mundo, brindei muito à vida, gastei muito dinheiro, fui rico, morei em mansões. Amei, traí, conheci muita gente e me diverti.  Estive no primeiro time de atores da Globo, fiz tudo do meu jeito. Me diverti muito, chorei pra cacete, mas não posso reclamar. Estou vivo e com saúde. É mole?

Não se arrepende nem de ter demorado para assumir seu filho?

Tenho um filho de 13 anos em Brasília e adotei um para mim, que é o Enzo. Na verdade, o garoto veio para mudar a minha vida. Tem um capítulo especial sobre ele. Sobre o Mayã, acho que tudo tem sua hora, e eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu iria resolver isso.

O livro pode virar filme? 

Não tenho essa pretensão, mas o Pedro quer muito fazer um documentário. Estou vivendo um momento incrível dentro da 02, uma das maiores produtoras da América do Sul. Quem sabe o Fernando Meirelle e o Morelli,  depois de lerem o livro, resolvam fazer um filme?


Acha-se injustiçado? Teme ser julgado depois de contar sua história?
Você está de brincadeira comigo! Já fui julgado, condenado há muitos anos, cumpri tudo. Agora estou apenas contando a minha história. O livro é vendido, você tem que sair de casa, ir a uma livraria e comprar. É uma opção, não é obrigação. Ninguém foi mais julgado do que eu na vida: se estou de terno, quero fazer a linha; se estou sem camisa, quero aparecer; se estou casado, é farsa; se estou solteiro e pegando geral, sou vagabundo promíscuo. Não tem meio-termo comigo .

Eu me acho perseguido, traído. Ajudei muita gente nessa vida: Eri Johnson, Maurício Mattar, Marcello Novaes, Marcos Pasquim, Vildomar Batista, Rodrigo Carrelli, que hoje é diretor-geral da "Fazenda", porque eu fui atrás e convidei. Poderia ficar aqui te falando um monte de coisas, mas vou deixar para o livro.
Que tipo de imagem gostaria que as pessoas tivessem depois de ler a sua história?

Cada um pense o que quiser. Não estou preocupado com isso. Eu apenas vivo e amo estar aqui ainda. Cada um tire suas conclusões.

Fonte: EGO

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...