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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alexandre Frota em balanço de carreira e vida agora de novo no SBT

De volta ao SBT Alexandre Frota faz novo balanço da sua vida numa entrevista para o site "Gente babado" em que fala do seu percurso na televisão e não só.




Vestido de super-herói, Alexandre Frota faz pose, fala fino e até ensaia alguns passos ao som de Lady Gaga. No papel de Robin gay, ele volta ao SBT pela quarta vez, depois de psar quase seis anos atrás das câmeras da Rede Record. E não só como novo humorista da “Praça É Nossa” Silvio Santos pretende explorar o novo funcionário da casa. “Estava falando com a direção agora e eles querem que eu faça matérias pouco convencionais também”, explica Frota, depois de uma breve pausa na entrevista que concedeu ao iG Gente para conversar sobre seu futuro na emissora.

Com a fama repentina na juventude, a queda para o mundo das drogas, o envolvimento com realities shows, o universo pornô e até mesmo um ano de jogador profissional pelo time do Corinthians de futebol americano, aos 47 anos, Frota continua na TV - e com pique e vontade para novos desafios. Depois de tanta experiência na bagagem, o cara marrento, polêmico, com fama de mal e mais de 37 tatuagens, acredita que o tempo é curto, mas que ainda tem muito que fazer antes de alcançar os 50 anos.



Entrevista:

iG: Como estava sua situação na Record?


Alexandre Frota: Não sou o protótipo Record, mas acho que ela está abrindo muito.Tem até o João Gordo lá agora. Trabalhei seis anos na Record. Foi uma passagem muito boa, porque lá eu ficava muito mais nos bastidores. A minha função na Record era produzir e implantar novos projetos. Fazia de tudo um pouco, até escrever.

iG: Você já participou de três reality shows, como foi isso?

Alexandre Frota: O público sempre me deixa até o fim, mas eles só gostam de me deixar em segundo lugar. Todo mundo acha que eu ganhei o reality show de Portugal, mas de novo fiquei como vice. Foi avassalador, quando saí estava na capa de todas as revistas. Aqui eu não faço nem a “Bundas”. Lá, a minha cara estava estampada na “Caras” de lá. Fiquei dois anos em Portugal, tinha um programa só meu, mas voltei porque não aguentava mais de saudades do Brasil.

iG: Por que acha que o público gosta de você?


Alexandre Frota: Sou um cara inquieto, as coisas que eu crio acabam criando uma série de conflitos e dá uma fervida na situação. Foi assim na “Casa dos Artistas”, foi assim em Portugal, agora aqui na Eliana foi assim também. Você tem que criar conteúdo, a produção tem que ficar cansada de você. Lá em Portugal os diretores contrataram uma equipe a mais para cobrir a madrugada só por minha causa. Dava três, quatro horas da manhã e era a hora que eu ia fazer alguma coisa.

iG: Que tipo de coisa?


Alexandre Frota: Ah, várias... Andava a cavalo nu, por exemplo, ou entrava com o cavalo dentro da sala de casa. Isso gera conteúdo. Eu pintei o teto da casa todo de branco, quando todo mundo acordou a casa tava pintada. É um comportamento que gera audiência, tem que saber jogar com o público aqui fora.

iG: Assistiu ao último BBB?

Alexandre Frota: Assisti. Até dei uma entrevista sobre o Big Brother esses dias e o Boninho me ligou pra falar. O programa tem caído na mesmice. As pessoas acusam muito os diretores de o programa estar lento, sem ritmo, perdendo audiência. Mas não dá pro diretor entrar ali e pegar os participantes pela mão. Nesta edição, o elenco era fraco.




iG: Mas você tem a sua fórmula...

Alexandre Frota: É gerar conteúdo, o tempo todo, para a produção e direção. E se empenhar, não ficar vendo o tempo passar só... Gostei muito, mas não faria de novo. Eu dirigiria um.

iG: E como seria o seu reality show?


Alexandre Frota: Não vou dar a receita pro Boninho, e se ele quiser me chama pra conversar. Depois de “A Fazenda” e "Casa dos Artistas", tenho bastante coisa na cabeça pra criar. "A Fazenda" poderia dar muito mais audiência do que dá para a Record.

iG: É um cara complicado?

Alexandre Frota: Eu sou um cara complicado sim... Eu não tenho rédea. Não tenho pudor nenhum. E isso muitas vezes agride, machuca, fere... Às vezes as pessoas não sabem como agir comigo. trabalho muito, sou um canhão trabalhando. Sou o primeiro a chegar, o último a sair... Visto a camisa. Gosto da equipe preparada, não admito atraso.

iG: Com o que você gosta mais de trabalhar?


Alexandre Frota: Já fiz muita coisa, mas atualmente quero dirigir, quero produzir para TV. Foi a conversa básica que tive com o Silvio. Ele gosta muito de mim. Na Record tive oportunidade de trabalhar com equipamentos modernos, comandar uma equipe de 200 pessoas. Sempre dou carinho e cuido da equipe, mas exijo demais de quem trabalha comigo. É pesado. Tem que estar entregue. Fico com ciúmes.

iG: É ciumento?

Alexandre Frota: Com mulher menos, mas com o trabalho bastante. brigo, falo, e depois sai nos jornais “Frota invadiu o camarim de não sei quem pra tirar satisfação”...

iG: As pessoas ficam assustadas com você?



Alexandre Frota: Ficam, ficam... Na Rede TV! eu trabalhei com muitas meninas, frágeis... Não sou nem um pouco machista, mas a minha equipe é formada 99% por homem. Porque a hora que o “pau come” a gente fecha a porta e ninguém chora, ninguém sai triste. Tem que sair puto, não magoado. Não posso trabalhar com gente sensível. As mulheres que trabalham comigo tem um p**** no meio das pernas. Só trabalho se a mulher for assim.




iG: E fora do trabalho, qual o tipo de mulher que te atrai?


Alexandre Frota: Fora do trabalho me atrai todo tipo de mulher. Toda mulher tem uma alguma coisa gostosa, pode ser gordinha, japonesa, ruiva, supergostosa, magra. Todas têm alguma coisa interessante. É só saber olhar, e não estou falando de sentimento, é externo mesmo. Já peguei muita mulher feia pra c***** e que transa muito.

iG: Tem alguma atriz que você gostaria de 'pegar' e ainda não 'pegou'?

Alexandre Frota: Tem, mas agora ela 'tá' barriguda. A Danielle Winits, com certeza. Ela tem cara de mulher. Tem cara de fêmea, que manda bem.

iG: Quer se casar de novo?

Alexandre Frota: Estou namorando a Fabíana Rodrigues desde outubro, mas casar agora é muito radical. Quero chegar em casa e ficar na paz.

iG: Tem medo de envelhecer?

Alexandre Frota: Não, nem um pouco. Não vou botar botox, fazer cirurgia plástica, essas besteiras. Meu cabelo já está ficando branco...

iG: E nessa história toda, em algum momento você acha que ultrapassou algum limite?

Alexandre Frota: Acho que quando fiz filme pornô ultrapassei o limite do que as pessoas esperavam de mim. O Silvio hoje deve falar “Eu adoro o Frota, mas o que meu departamento comercial vai falar na hora que quiser colocar ele aqui e o patrocinador for a Coca-Cola?”. Com os filmes pornôs eu dei um salto grande demais. Foi uma bandeira pesada de carregar. Todo mundo fala que viu os filmes, mas ainda existe um preconceito enorme no Brasil.

iG: Por que você procurou a indústria pornô?


Alexandre Frota: Passei uma época de ostracismo muito grande, nenhuma emissora me queria. Aí eu pensei: 'Preciso fazer alguma coisa que eu saiba fazer. O que eu sei fazer bem? Sexo!'. E o engraçado é que eu dei uma volta por cima. Mesmo depois da carreira pornô consegui voltar pra a TV, fui até para Record, e olha que sou o protótipo para não estar lá. Mas sofri bastante com isso.

iG: Você já fez filmes pornôs com homens?



Alexandre Frota: Ah, fiz com a Bianca (Soares), que é travesti, não deixa de ser um homem. Quando fui negociar o filme com ela falei que ia tratar a boneca como uma mulher, fui ativo o tempo todo. Mas é um choque, né? Pra família, pro povo... Eu peguei, ganhei dinheiro, fiz o filme e ainda mostrei como pega um travesti. E esse é o filme que menos as pessoas comentam comigo.

iG: Você tinha vontade de transar com travesti?

Alexandre Frota: Tinha e realizei logo de um jeito glamouroso. Passou a vontade, mas se tivesse que pegar de novo, pegaria fácil. Tem uns travestis lindos, mais bonitos que mulher.

iG: Para você, existe algum tabu no sexo?



Alexandre Frota: Sempre fui um cara muito dominador. Não vejo graça em uma mulher fazer striptease. Odeio historinha na hora da relação. Não gosto de coisas bizarras também, como bater, algemar, vendar. Gosto de chegar e pegar.

iG: Você continua usando drogas?


Alexandre Frota: Agora sou um cara careta, mas já fui o mais louco de todos. Se juntar o Lobão e o João Gordo, eles são fichinha perto de mim. Foi uma época pesada, que começou antes mesmo do sucesso na Globo. Era um cara que quando usava, não usava pouco. E aí você perde o sorriso, perde os amigos.

iG: Perdeu muito dinheiro?

Alexandre Frota: Perdi tudo, não só grana. Cheirei apartamento, carro, mulher, joia, relógio, tudo! Isso entre os anos 1980 e 1990, quando comecei a fazer muito sucesso. Acho que o SBT está fazendo comigo o que o Corinthians está fazendo com o Adriano, um contrato de risco. Dizem que sou uma bomba relógio, né? Mas eu me considero um cara autêntico.


iG: A fama te faz bem?


Alexandre Frota: Já fez muito bem, mas também já fez muito mal. Eu vim de uma geração que não foi preparada para o sucesso. Você hoje pega o (Reynaldo) Gianecchini, usando só como um exemplo, para fazer uma entrevista dessas e tem toda uma equipe por trás assessorando o cara. Pode ver que todos os atores da minha geração – e são todos meus amigos, por isso fico à vontade pra falar – tiveram problemas, como Maurício Mattar, Felipe Camargo... Não adianta, o cara fica deslumbrado mesmo, principalmente porque veio de família humilde. Na quarta-feira você não é ninguém, na quinta, você já não pode andar na rua.

iG: Como foi essa passagem de galã da TV Globo a estrela pornô?


Alexandre Frota: Tudo aconteceu muito rápido: casei com a Cláudia Raia, fiz muitas novelas e cheguei ao ponto de decidir qual novela queria fazer e até de mudar o nome do personagem. Não era um cara que chegava atrasado, mas era cheio de vontades. Se eu quisesse comer tinha que ser naquela hora, não queria nem saber se tinha que gravar ou não. Em determinado momento os diretores da Globo pensaram “Caramba, não dá pra aguentar, esse cara é muita pressão”. E a emissora já tinha tido um problema com o Mário Gomes, que foi o rei da parada, o mais polêmico. Transou com todo mundo, só fez o que quis e foi sacaneado no final. Não vai ter outro galã, bonito com humor,como ele. Eu era fã do cara.

iG: E como foi o fim do seu contrato com a Globo, em 1995?


Alexandre Frota: Quando acabou meu contrato com a Globo eles não quiseram renovar e nem eu quis renovar com eles. E aí eu fiquei no Rio sem trabalhar. Porque lá se você não faz Globo, não tem o que fazer a não ser ficar na praia. Nessa época, vim para São Paulo com a peça “Blue Jeans” e me apaixonei pela cidade, fiquei com uma certa agonia do Rio.

iG: Tem vontade de voltar para Globo?

Alexandre Frota: Não é uma vontade de voltar para lá, mas uma vontade de fazer projetos que sei que a Globo pode produzir muito bem. Gosto muito da área de entretenimento, tudo o que o Boninho faz, de shows e programas, eu curto. Eu e o Boninho começamos a namorar há muito pouco tempo. O nosso namoro é um namorico ainda.


iG: Faria novela de novo?


Alexandre Frota: Não daria conta de ficar oito meses fazendo a mesma coisa. E não tem jeito, né? Novela é na Globo, não adianta. Neguinho vai, produz, gasta, mas não chega nem perto. Vejo pessoas do primeiro escalão fazendo trabalhos de segundo time. Melhor fazer filme pornô mesmo. Mas todo mundo precisa trabalhar, pagar conta.



iG: Você ainda fala com a Cláudia Raia?

Alexandre Frota: A Cláudia deu entrevista há algum tempo, sempre falando de mim com muito carinho, mas dizendo que fica triste porque eu vivo propagando que ela foi a grande mulher da minha vida. Ela foi, mas como ela falou isso vai deixar de ser. A Cláudia não é mais a grande mulher da minha vida, ficou muito convencida. Eu jamais tenho esperança de voltar pra ela. Foi um amor muito forte, tanto é que a gente casou. Mas não tinha como dar certo. Os dois éramos muito novos, fazendo novela, teatro, tudo junto. Eu, “despirocado”, e ela, mais focada. Tanto é que ela chegou onde chegou. Eu poderia estar igual ou melhor que ela.

iG: O que deu errado?

Alexandre Frota: Falta de rumo, de gerenciamento. O maior culpado sou eu. Não tive ninguém do meu lado, nem amigos, nem família. Deus te dá dois caminhos: o reto, pra chegar mais rápido, e outro cheio de curvas, onde você tem várias possibilidades de derrapar, e foi nesse que eu fui.

iG: E o time de futebol americano, continua jogando?

Alexandre Frota: Fiz um contrato com o Corinthians só para o Campeonato Brasileiro. Esse ano decidi que não vou jogar. Fui muito bem tratado pelo clube, mas sou Flamengo, não tem jeito. Jogar no Corinthians com a Gaviões da Fiel no seu pescoço é difícil.




Fonte Gente babado fotos André Giorgi



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